BENIGNASJUNÇÃO BILIOPANCREÁTICA ANÔMALA
- Dr. Diogo Tamiozo
- 22 de abr. de 2024
- 2 min de leitura
A Junção Biliopancreática Anômala, também conhecida como má junção ou união biliopancreática, é uma condição em que a junção dos ductos colédoco e pancreático ocorre fora da parede duodenal. Isso resulta em um canal comum extenso (10 a 50mm) que desemboca no duodeno, permitindo o refluxo de secreção pancreática (rica em amilase) para as vias biliares e potencialmente danificando o epitélio biliar.
Causa
Esta condição é geralmente de origem embriológica, indicando uma formação anormal durante o desenvolvimento fetal.
Fatores de Risco
Embora os fatores de risco específicos não sejam bem definidos, esta condição pode estar associada a outras anomalias como cistos biliares, atresia das vias biliares e diversas malformações congênitas.
Incidência
Esta anomalia é rara, com uma incidência de cerca de 0,03% no Japão, sendo mais prevalente em mulheres numa proporção de 3:1 a 4:1, e afeta tanto crianças quanto adultos igualmente.
Sintomas
Muitos pacientes são assintomáticos, mas aqueles que apresentam sintomas podem sofrer de pancreatite aguda ou sintomas decorrentes da obstrução biliar, como icterícia, colúria (urina escura) e acolia (fezes claras).
Diagnóstico
O diagnóstico é frequentemente incidental, durante avaliações para dor abdominal ou outras complicações como pancreatite ou colecistite aguda.
Exames de Sangue: Alterações são raras, a menos que existam complicações. Em casos de pancreatite associada, níveis elevados de amilase e lipase podem ser detectados.
Imagem: Ecografias raramente diagnosticam esta junção anômala. A colangiorressonância é mais eficaz, oferecendo detalhes precisos sobre a anatomia e eventuais complicações.
Colangiografia Endoscópica Retrógrada: Este exame invasivo pode confirmar a condição ao visualizar diretamente a junção anômala e, se necessário, tratar obstruções através da remoção de cálculos ou colocação de próteses.
Complicações
A condição pode aumentar o risco de desenvolver cistos biliares, pancreatite aguda e câncer nos ductos biliares, pâncreas ou vesícula biliar. A incidência de câncer varia entre 15% e 35% nos pacientes afetados.
Tratamento
A abordagem de tratamento geralmente inclui a colecistectomia devido ao risco elevado de câncer de vesícula biliar. Nos casos associados a cistos de colédoco, é necessária a ressecção das vias biliares extra-hepáticas e uma reconstrução biliodigestiva. O tratamento oncológico depende do órgão afetado.
Prognóstico
O prognóstico após o tratamento adequado é geralmente bom, embora os pacientes continuem com um risco elevado de desenvolver câncer.
Prevenção
Não há métodos conhecidos para prevenir a formação anômala da junção biliopancreática, dada a sua natureza predominantemente congênita. A monitorização regular e o tratamento preventivo de complicações podem ajudar a gerenciar os riscos associados.
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