HEPATOCARCINOMA | CÂNCER NO FÍGADO
- Dr. Diogo Tamiozo
- 18 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
O que é Hepatocarcinoma O hepatocarcinoma, também conhecido como carcinoma hepatocelular, é um tipo maligno de câncer que se origina nas células hepáticas, conhecidas como hepatócitos. Este é um dos tipos mais comuns de câncer de fígado.
Causa Este câncer ocorre predominantemente em indivíduos com cirrose, com 1 a 6% dos pacientes com cirrose desenvolvendo hepatocarcinoma anualmente. Curiosamente, cerca de 15 a 20% dos casos ocorrem em pessoas sem fatores de risco conhecidos para a doença.
Fatores de Risco A cirrose é o principal fator de risco para o desenvolvimento de hepatocarcinoma. Outros fatores incluem infecções crônicas por hepatite B ou C, consumo excessivo de álcool, diabetes, e obesidade. A exposição a certas toxinas, como aflotoxina (produzida pelo fungo Aspergillus flavus) e dióxido de tório, também é relevante. O uso de esteroides anabolizantes e estrogênio pode potencializar o risco, embora o impacto dos contraceptivos orais e do tabagismo ainda não esteja claramente estabelecido. Não é considerado uma doença hereditária, exceto em casos raros como a hemocromatose hereditária. Este tipo de câncer é mais comum em homens do que em mulheres e tem prevalência variada entre diferentes grupos étnicos.
Incidência Globalmente, ocorrem cerca de meio milhão de casos por ano, com uma incidência de 3 em cada 100.000 pessoas. A incidência de hepatocarcinoma tem crescido mundialmente por razões ainda não totalmente compreendidas.
Sintomas Nos estágios iniciais, o hepatocarcinoma raramente apresenta sintomas. Quando os sintomas ocorrem, podem incluir perda de peso, apetite reduzido, fraqueza e dor na região do fígado. Frequentemente, os sintomas da cirrose, como icterícia, ginecomastia, ascite, urina escura e fezes claras, também estão presentes.
Diagnóstico O diagnóstico é muitas vezes feito incidentalmente durante exames de rotina em pacientes já em acompanhamento por hepatite ou cirrose.
Exames de Sangue: Podem mostrar alterações na função hepática e, em cerca de 50% dos casos, anemia leve. A alfa-fetoproteína pode estar elevada.
Endoscopia: Revela varizes esofágicas em pacientes com cirrose mas não visualiza o tumor.
Imagens por Ultrassom: Diagnosticam o câncer em 80 a 90% dos casos, mas podem falhar em detectar tumores pequenos ou multifocais.
Tomografia e Ressonância Magnética: Indicadas para esclarecer casos duvidosos identificados pelo ultrassom, mostrando detalhes sobre o tamanho e localização do tumor.
Tratamento O tratamento visa a eliminação completa do tumor, quando possível, ou controlar seu crescimento e disseminação. As opções incluem:
Cirurgia: Preferida em pacientes sem cirrose ou com cirrose não avançada, podendo ser aberta ou laparoscópica.
Transplante de Fígado: Ideal para pacientes com cirrose avançada, substituindo o fígado doente por um saudável de um doador.
Ablação: Destrói o tumor usando técnicas como radiofrequência ou crioablação, guiadas por imagem.
Quimioembolização e Radioembolização: Técnicas que bloqueiam a alimentação sanguínea do tumor enquanto administram quimioterápicos ou radiação diretamente no local.
Medicação: Sorafenibe é usado para retardar a progressão do câncer em casos avançados, mas não oferece cura.
Prognóstico O prognóstico depende do estágio do câncer no momento do diagnóstico, da saúde do fígado e do tipo de tratamento administrado. Em pacientes sem cirrose, a cirurgia pode ser curativa. Nos estágios avançados, a sobrevida de cinco anos após o diagnóstico é bastante baixa.
Prevenção A prevenção do hepatocarcinoma envolve gerenciar os fatores de risco para cirrose, como moderar o consumo de álcool, manter um peso saudável, praticar exercícios regularmente, e vacinar-se contra a hepatite B. É essencial monitorar a saúde do fígado, especialmente em pacientes com risco elevado.
Este câncer de fígado representa um desafio significativo para a saúde pública devido à sua natureza insidiosa e às limitadas opções de tratamento eficazes em estágios avançados.
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