SÍNDROME DE MIRIZZI
- Dr. Diogo Tamiozo
- 22 de abr. de 2024
- 2 min de leitura
A Síndrome de Mirizzi é caracterizada pela obstrução do ducto biliar, especificamente do ducto hepático comum ou colédoco. Isso ocorre devido à compressão externa causada por um cálculo biliar localizado na vesícula biliar, que obstrui fisicamente a via biliar.
Causa
A síndrome geralmente resulta de um cálculo de grande tamanho na vesícula biliar que comprime o ducto hepático comum. Inflamações recorrentes na vesícula podem também contribuir para essa obstrução, devido à inflamação e cicatrização adjacentes ao ducto biliar.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco incluem a presença de grandes cálculos biliares e histórico de colecistite aguda recorrente.
Incidência
Esta condição é rara, sendo encontrada em aproximadamente 0,7 a 1,8% dos pacientes submetidos a colecistectomia.
Classificação
A Síndrome de Mirizzi é dividida em tipos, dependendo da natureza da obstrução:
Tipo I: Obstrução causada diretamente por um cálculo impactado na saída da vesícula ou no ducto cístico.
Tipo II: Desenvolvimento de uma fístula bilio-biliar entre a vesícula e o ducto hepático devido à erosão causada por um cálculo.
Sintomas
Os sintomas mais comuns incluem icterícia, dor abdominal recorrente e febre. Essa tríade sugere a presença de colangite, uma infecção do trato biliar associada à obstrução.
Diagnóstico
O diagnóstico é comumente realizado através de ultrassonografia que pode indicar a obstrução biliar e a presença de cálculos. Em casos complicados, exames mais detalhados como tomografia, ressonância magnética e colangiografia endoscópica retrógrada podem ser necessários para confirmar a obstrução e planejar o tratamento.
Exames de Sangue
Testes de função hepática geralmente mostram sinais de obstrução biliar, como elevações na bilirrubina, fosfatase alcalina, GGT, AST e ALT.
Tratamento
O tratamento envolve a remoção cirúrgica da vesícula biliar e do cálculo causador da obstrução. Em casos onde há dano ao ducto hepático comum, pode ser necessária uma anastomose biliodigestiva para restaurar o fluxo biliar. A intervenção endoscópica pode ser usada para colocação de stents ou para desobstrução biliar em pacientes inaptos para cirurgia imediata.
Complicações
A complicação mais grave associada à Síndrome de Mirizzi é a colangite, uma infecção séria do trato biliar.
Prognóstico
Com tratamento apropriado, o prognóstico é geralmente bom. A condição por si só não leva ao desenvolvimento de câncer, embora possa ser inicialmente confundida com malignidade devido à obstrução.
Prevenção
Não há métodos específicos para prevenir a Síndrome de Mirizzi, mas a colecistectomia preventiva em pacientes com cálculos biliares grandes e histórico de colecistite pode diminuir o risco de desenvolvimento da síndrome.
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