ÍLEO BILIAR E FÍSTULA COLECISTOENTÉRICA
- Dr. Diogo Tamiozo
- 22 de abr. de 2024
- 2 min de leitura
Fístula Colecistoentérica: É uma condição médica onde um cálculo biliar perfura a vesícula e migra para o duodeno (mais comum, 60%), estômago ou jejuno, criando uma conexão anormal entre esses órgãos.
Íleo Biliar: Em casos de fístula colecistoentérica, o cálculo pode continuar a sua migração para dentro do intestino delgado e causar uma obstrução intestinal, tipicamente no íleo terminal.
Causa
A principal causa é a colecistite aguda recorrente, onde um cálculo perfura a vesícula biliar e migra para o duodeno ou jejuno. Para que ocorra íleo biliar, o cálculo é usualmente maior que 2 cm.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco incluem a presença de cálculos biliares e histórico de colecistite aguda recorrente. A Síndrome de Mirizzi também pode aumentar a chance de desenvolver uma fístula colecistoentérica.
Incidência
Esta condição é extremamente rara, ocorrendo em menos de 0,5% dos pacientes com cálculos biliares, sendo mais frequente em pacientes acima de 70 anos, predominantemente mulheres, e frequentemente em indivíduos com múltiplas comorbidades.
Sintomas
Os sintomas principais incluem sinais clássicos de oclusão intestinal como dor abdominal intensa, náuseas, vômitos, cessação da passagem de gases e fezes, e distensão abdominal. Aproximadamente metade dos pacientes pode não ter um histórico conhecido de problemas biliares, embora icterícia seja rara.
Diagnóstico
O diagnóstico de íleo biliar é desafiador e muitas vezes só é confirmado durante procedimentos cirúrgicos, com apenas cerca de 50% dos casos diagnosticados previamente.
Exames de Sangue: Podem mostrar sinais de infecção e desidratação, mas geralmente não apresentam alterações significativas na função hepática.
Raio X: Pode mostrar sinais de obstrução intestinal e aerobilia, mas raramente visualiza o cálculo responsável pela obstrução.
Ecografia e Tomografia: Ambos podem sugerir sinais de obstrução intestinal e mostrar a presença de pedras na vesícula e aerobilia. A tomografia é mais eficaz em mostrar o local da obstrução e a presença de cálculos.
Tratamento
O tratamento envolve intervenção cirúrgica para remover o cálculo obstrutivo, com ou sem ressecção do segmento intestinal afetado, dependendo da condição do tecido. A abordagem pode incluir a colecistectomia e o reparo da fístula, embora haja controvérsias sobre a realização concomitante desses procedimentos.
Complicações
A fístula colecistoentérica e o íleo biliar estão associados a altas taxas de morbidade e mortalidade, com taxas de mortalidade variando entre 4,5% a 25%, significativamente mais altas do que em outras cirurgias por obstrução intestinal.
Diagnóstico Diferencial
Inclui outras causas de dor abdominal aguda como pancreatite, apendicite, úlceras, pneumonia, perfuração de órgãos, infarto do miocárdio, hepatite, e síndrome do intestino irritável.
Prevenção
A prevenção envolve a colecistectomia em pacientes com colelitíase sintomática ou histórico de colecistite aguda para reduzir o risco de complicações graves como a fístula colecistoentérica e o íleo biliar.
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